Pesquisar este blog

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pensamentos soltos


Partículas da minha mente voam para o universo. Elas viajam por ondas que cercam a terra e se dispersam nas órbitas dos planetas. Eu jamais quero que retornem da mesma maneira.

Por que cada pensamento que se projeta é um pedaço meu que se deforma e se transforma por diversos caminhos e retorna com almas que não conheço, mas fazem parte de mim.

Sinto-me tão firme e racional a ponto de ter sonhos psicóticos e não me sentir diferente do que conheço por Humano. Essa é a essência espiritual, formativa, da qual busco me aproximar com paixão e a cada nova luz me parece mais evidente a escuridão.

Livro-me de correntes que prendem meus pés e me dou conta que são correntes de carne, constituídas do meu próprio DNA. Então, algumas vezes opto por guardá-las para quando eu precisar, e outras vezes opto por fingir que não as vejo. Certas vezes devo ter coragem e uma dose de loura de acabar com elas num ato de mutilação.

O que me resta é o livre acesso do pensamento ao que não compreendo. Não por uma visão dualista de carne e espírito... Pois quanto mais penso, mais sinto e quanto mais racionalizo, mas instintiva sou. Não importando quantos fragmentos cabe em mim, a essência é uma.

Sou Saturno. Onde meu corpo parece ser sólido e nuclear, mas ao meu entorno giram anéis de poeira, rochas e gazes invisíveis... Idéias.

Todos os opostos e complementares dessa dinâmica fazem parte de mim. Nada com tanta solidez o quanto parece. Nada com tanta abstração o quanto se sugere.

E na descoberta, entre dores e sorrisos... permito-me gozar sem culpa. Permito-me ter convicções e duvidar delas a cada nova experimentação. Pois o que Deus deu de mais precioso ao ser humano é o intelecto.

O mesmo intelecto que me permite sentir além dos meus órgãos sensoriais, que me permite criar motivos.

Alguns homens crêem em apoteose. Eu creio na espiritualidade humana, aquela que não nega a essência e não limita os sonhos. Creio na poesia inerente ao ser, na arte como princípio da criação.

Não sou dicotomia entre razão e emoção. Não sou separação entre espírito e carne. Sou parte de tudo que há. Quero me individualizar (resguardar) e ao mesmo tempo me projetar para fora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário